GODS OF METAL: Contem-me um pouco sobre a história da banda? E o que motivou a banda ser criada?
Jorge: O Nelson Garcia montou a banda. Ele estava
interessado em tocar heavy metal junto com nosso primeiro baterista, Éderson
Abjaud. Eu estava desligado da música,
depois do fim da banda de metal melódico Avitus, e fui convidado pelo
Nelson, amigo de longa data, para
assumir os vocais. Inicialmente,
experimentamos fazer um som em português,
que talvez pudesse ter
funcionado, mas eu tive pouca paciência para insistir. Não é fácil fazer
certos tipos de música em português sem soar piegas. A música Misheard Intuition, que lançamos através da internet no final de 2011, foi na verdade nossa primeira composição e
tinha letra inicialmente em português. Ela
ficou por longos anos engavetada. Desde
a criação da banda tivemos muitas mudanças de formação, algumas chegaram bem
perto de por fim ao Desperata. Mas a motivação para a criação foi essa: vontade
de fazer música pesada, que soasse o mais original possível!
GOM: Como era o pensamento de quando vocês começaram a tocar
e como está atualmente?
Leonardo: Desde o início pensamos em dar o melhor de nós
mesmos em prol da nossa criação musical. Mas a banda ficava um pouco longe na
nossa lista de prioridades. Daí passamos por tempos difíceis, mudanças de
endereço, de trabalho, separação, viagens a trabalho, monografias de final de
curso... sem contar o fato de que todos nós nos sustentamos por conta própria,
através de nossos próprios empregos, que não estão ligados à música. Lógico que
gostaríamos de poder viver de música, mas esta é uma realidade muito distante
ainda. Não temos nada contra bandas que decidiram largar tudo para investir em
suas carreiras, é até uma decisão admirável, mas nós nunca pudemos nos dar à
esse luxo! Mas assim que conseguimos
passar por estes obstáculos, nos notamos mais maduros, literalmente, e em todos
os sentidos, rs . Chegamos à conclusão de que o nível de profissionalismo e
comprometimento com a banda deveria ser levado ao extremo! E é este pensamento
que nos diferencia do Desperata dos primeiros ensaios em 2006!
GOM: A banda se auto rotula em algum estilo?
Nelson: Nós temos nos definido como uma banda de Metal Sem
Rótulos. Achamos que os rótulos limitam, criam expectativas que podem não ser
correspondidas. Sobre nossa base musical mais sólida, com certeza podemos defini-la
como sendo o Heavy Metal, em vários de seus subgêneros. Por isso a palavra
Metal não poderia ficar de fora! Mas o nosso som também pode ser acessível a
fãs de outros estilos! A ideia é simples: escutou e gostou? Seja bem-vindo! Mas
agüente o tranco, rs ! Nossas músicas mais pesadas ainda estão no forno!
GOM: Qual é expectativa da banda sobre o primeiro CD da
banda? Conte-nos um pouco sobre esse primeiro CD.
Jorge: O ano de 2010
e início de 2011 foram bastante infrutíferos para a banda. Havíamos completado 5 anos de banda e tínhamos apenas 2 músicas gravadas, sendo uma
delas cover e ambas foram concebidas para fazerem parte de coletâneas, ou seja,
não tínhamos nem mesmo um EP e o nosso segundo
baterista precisou ficar 6 meses na França a trabalho. Estávamos quase
desistindo, mas algumas sessões de “pressão psicológica” fizeram a banda criar
ânimos para seguir em frente, rs. Porém continuamos com um grave problema : a
falta de um baterista.
Continuamos compondo enquanto sondávamos praticamente todos
os bateristas da cidade, o que chegou até a causar um certo desconforto para
nós ( galera, só queríamos
compartilhar!!! – isso é muito comum hoje em dia, ok? – desculpem-nos pela
intromissão, rs )
Quando encontramos o Cristian, que estava sem tocar há um
ano ou mais, mas chegou para o teste como se estivesse tocando a música que
pedimos há décadas, respiramos aliviados ! Daí para o processo de composição
deslanchar foi um estalo! A expectativa em relação ao CD é gigantesca! Afinal,
são 6 anos de momentos difíceis alternados com pequenos lampejos de momentos
animadores! A recepção ao nosso material
divulgado até agora tem sido surpreendente,
estamos mais animados do que nunca! Contamos também com a certeza de
qualidade que nos é garantida ao trabalharmos sob a produção do Cláudio David. Mas
nunca nos esquecemos de que há um longo caminho a ser percorrido para que o
nosso trabalho chegue ( e cole!) aos ouvidos de um número grande de pessoas.
Hoje em dia tudo se tornou mais fácil em termos de divulgação, mas se tornou
mais fácil para todo mundo, não só pra nós! Não sabemos e nem nos preocupamos ainda em
saber se há algo que poderá fazer a diferença e nos levar a patamares que nem
imaginávamos chegar! Acho que ninguém sabe, e se soubesse não sairia por aí
contando , certo? Um único ingrediente dessa “fórmula mágica” que é indispensável é o “trabalho” , e é nele
que temos nos apegado ultimamente. Que venham as conseqüências!
GOM: Quais são as influências musicais?
Jorge: Evergrey, Nevermore, Metallica, Dream
Theater, Arch Enemy, Overdose, Killswitch Engage, Black Label Society, Pantera,
Alice in Chains… Recebemos influências de bandas que vão desde o Hard Rock ao Death Metal melódico! Mas como
músicos, também estamos sempre em contato com outros estilos musicais ( por
exemplo o Pop de boa qualidade, fusion, ritmos brasileiros ) que acabam se
misturando quase que imperceptivelmente
ao nosso processo de criação. Porém já nos sentimos muito próximos de poder
juntar todos esses “ingredientes” e fazer um som que não deixe dúvidas nas
pessoas de que se trata do Desperata desde os primeiros acordes!
GOM: Preconceito sabemos que existe em todo lugar e no
Brasil não é diferente, muitas pessoas (não estou generalizando todos) estão
dando a atenção apenas para as bandas que tenham uma “aprovação” internacional,
o que vocês pensam e como agir nesse tipo de situação?
Leonardo : É verdade.
É um problema contra o qual as bandas brasileiras tem precisado lutar desde os
anos 80 e desde lá muito pouco tem mudado. Acho uma mentalidade difícil de ser
modificada a curto prazo e nem sei se existirá uma estratégia eficiente quanto
a isso. Temos tentado mostrar nosso trabalho tanto para o Brasil quanto para o
mundo da mesma forma e com a mesma intensidade.
Vamos ter que esperar para saber se estamos no caminho certo e obtendo
os resultados que esperamos.
GOM: Algum integrante tem algum projeto em paralelo?
Nelson: O vocalista Jorge vinha desenvolvido um projeto que
resumidamente consiste em contar a História de Minas Gerais através da música
de várias bandas de Heavy Metal. O projeto, chamado In Cineris anda adormecido
em função das gravações do nosso CD de estréia. O guitarrista Leonardo
Rodrigues toca também em uma banda chamada Empyreo.
GOM: A banda possui algum tipo de mídia social (Facebook,
Orkut, Twitter, Reverbnation entre outras) para que a pessoas que não conhecem
o trabalho de vocês, possam conhecer?
SoundCloud
: www.soundcloud.com/desperata
Também temos perfis no ReverbNation e no Last FM.
GOM: Alguma mensagem aos fãs e as outras pessoas que não
conhecem a banda?
Gostaríamos de agradecer a nossos fãs e amigos pelo suporte
que têm nos mantido ainda insistindo em criar nossa música e sugerir às pessoas
que vierem a escutar nossa música que a ouçam de coração aberto, livres de
pré-concepções sobre como uma banda de Metal deve soar, porque nós não nos
preocupamos com isso ao fazer nossa música! E mesmo assim tenha certeza de que
ela soará METAL de qualquer forma, mas nem sempre virá de encontro aos clichês
deste estilo que todos nós amamos! Nos
vemos nos shows em breve!