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sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Mythological Cold Towers: Doom Metal brasileiro com muita qualidade




A banda brasileira de Doom Metal, Mythological Cold Towers estará tocando na Europa nos dias 29/04, em Portugal e 12/05, na Holanda, com participações dos seguintes membro do Miasthenia que são eles Thormianak(baixo) e Hécate(teclado). 

Um agradecimento especial ao amigos Gislaine Alves e Bruno Largura  pela amizade que prezo muito com eles e também por me apresentarem uma excelente banda que para era desconhecida até o momento, a banda agradeço muito pela humildade em que fui recebido ao comentar sobre uma entrevista que eu queria realizar com eles.
Se muitos não conhecem eu indico a Mythological Cold Towers para vocês ouvirem sem parar, pois vale a pena conferir o som da banda


Gods Of Metal: Como foi a história e surgimento da banda Mythological Cold Towers?

A banda emergiu numa época em que o Doom Metal estava em seu pleno apogeu, ou seja, no início dos gloriosos anos 90. Em 1996, saiu o primeiro álbum “Sphere Of Nebaddon”, que obteve ótimas resenhas em vários zines e foi muito apreciado pelos fãs de Doom Metal em todo o mundo e logo se tornou um grande clássico do estilo. 1998 foi o ano em que eu entrei na banda, antes eu tocava numa antiga e extinta banda brasileira de Doom, chamada Guehenom. Em 2000, foi lançado o segundo álbum “Remoti Meridiani Hymin”, o qual também obteve uma grande repercussão, onde o Mythological Cold Towers se consagrou como uma das melhores bandas de Metal do Brasil. Nesse mesmo ano, fizemos alguns shows no Brasil, todos eles muito bem sucedidos, inclusive participamos de um festival chamado “500 Anos de Resistência Pagã”, ao lado de Miasthenia entre outras. Depois lançamos o quarto álbum, em 2005, chamado “The Vanished Pantheon” e nesse mesmo ano fizemos apenas um show, o qual foi muito marcante para nós. Então, após de 6 anos de isolamento, finalmente, em outubro de 2011, é lançado o novo opus “Immemorial”. A atual formação é: Hamon (drums), Samej (vocals), Nechron (guitars) and me, Shammash (guitars).

GOM: Sobre a temática da banda, como definem e o seu motivo por escolher a mesma?

A temática gira em torno de enigmas sobre a aurora do mundo, tempos imemoriais, onde as civilizações antigas reinavam sob panteões solares e ergueram seus monumentos colossais em honra aos seus deuses e deusas. Sagas repletas de mistérios, encontradas nas inscrições antigas sobre raças de gigantes que construíram cidades megalíticas, hoje submersas. O motivo é que todos nós apreciamos esses assuntos tão surpreendentes e procuramos envolvê-los em nossa música, de forma que, a cada álbum do Mythological Cold Towers se transforme numa epopéia.

GOM: Quando se escuta as músicas da banda percebe que tem uma mesclagem com
Death e Black Metal, isso influência também na temática da banda ou é mais em questão do som?

Eu penso que a temática tem total envolvimento com a sonoridade da banda, pelo aspecto sombrio, denso e austero que ela transmite. Há indícios sim de algumas passagens que beiram o Black e o Death Metal, mas num contesto mais épico, lento e frio, prevalecendo sempre as características do estilo que o Mythological Cold Towers segue, que é o Doom Metal.

GOM: Como que a banda via a cena na época em que começaram a tocar e como veem a mesma atualmente?

Naquela época, a cena era mais fechada e restrita. A divulgação era feita no boca a boca, seja vendendo materiais em shows, divulgando em zines, trocando tapes, a coisa rolava bem de certa forma. Hoje, temos mais espaço, a Internet tem um grande upgrade na cena e há muitos meios eficientes para espalhar nossa música. O problema é que, com essas facilidades, a cena se tornou um tanto maçante e o mercado musical cada vez mais competitivo, muitas bandas surgindo, tantas iguais umas as outras e as vezes, bandas como a nossa, que executa um som menos convencional, acaba tendo a possibilidade de se sobressair a tantos “clones” existentes por aí.

GOM: No final de 2011 foi lançado ’Immemorial’, podem comentar um pouco sobre esse novo trabalho?

O novo album, Immemorial, resgata a essência do Doom Metal do inicio dos anos 90, ou seja, pesado, consistente e frio, mas também mantemos as características épicas e monumentais dos albuns anteriores, adicionados a elementos desoladores e lúgubres, cujo conceito lírico baseia-se em mistérios e lendas assombrosas e ancestrais de cidades perdidas nas profundas e úmidas florestas amazônicas.

GOM: A banda sofreu algum tipo de preconceito ou discriminação desde 1994 até os dias atuais?


Sempre fomos modestos na questão de expor a banda nos veículos vinculados à cena underground. Desta forma, tivemos um grande apoio do público que sempre esteve envolvido com o underground, aqueles que buscam ouvir bandas de vários lugares do mundo, sem se preocuparem se elas são famosas ou não. Sempre tivemos suporte de reais fanzines que espalhavam as novidades para os confins do underground. Sendo assim, fomos mais respeitados do que criticados, pois uma banda que trazia um nome enigmático e uma sonoridade fria, que despertava o interesse do fã de Metal que gosta de coisas obscuras e não mainstream. E esse respeito só foi crescendo ao longo do tempo. De negativo, sofremos apenas um descaso por parte da mídia especializada do Brasil, como acontece com toda banda underground brasileira que não se vende fácil, não paga pra tocar e anunciar em revistas.

GOM: Muitas bandas nacionais do underground são praticamente desconhecidas ou até mesmo desvalorizadas, ao ponto de vista da banda o que tem que mudar para reverter essa visão de muitos brasileiros?


Não acho que a banda deve mudar pra ser reconhecida. Cada um sabe o que é importante ou não pra si. Acho que lidar com música é algo que está distante de ser um objetivo mercadológico ou de estabilização financeira. Vivemos num país em que a cultura de massa tem um respaldo mercadológico para as grandes empresas ligadas à cultura e são elas que ditam as regras para qual tipo de música deve se tornar popular. Portanto, quem está envolvido com algo que esteja fora dos padrões mercantilistas da indústria fonográfica, acaba tendo que ralar pra conseguir um mero espaço e respeito com um público mais apurado que não se deixa levar por coisas banais. As bandas underground pagam um preço alto pra expor seu trabalho, num país onde não há uma cultura associada ao Metal, como na Europa. Mas, é uma questão de persistência e vontade...

GOM: Uma mensagem para os seus fãs e para também aqueles que ainda não conhecem o som da banda?

Aos fãs, só temos que agradecer pelo grandioso apoio e prestigio que eles tem nos dado. Aqueles que ainda não conhecem o Mythological Cold Towers, esta é uma boa oportunidade de conhecer uma banda brasileira de Doom Metal, uma banda que faz uma música fria e desoladora, envolta numa atmosfera épica e poderosa! 

GOM: Vocês tem algum contato (Facebook, Orkut, Reverbnation, Youtube, Site) para
as pessoas que não escutaram ainda a banda poderem conhecer o som de vocês?

Sim, segue abaixo os links:
Quem estiver interessado em adquirir nosso CD Immemorial, ainda restam algumas cópias!

Um comentário:

Bruno Largura disse...

Putz cara. Sem duvida melhor entrevista que você deu até agora. Shammash sempre com poucas palavras, mas verdadeiras e precisas. Parabéns! Continue assim.