Mortarium: Doom Metal Feminino quebrando as barreiras do preconceito

Boa tarde meus leitores e amigos, nesse final de semana eu conversei com a Julie Sousa, baterista da banda Mortarium Female Doom Metal,contando como a banda foi formada,sobre a agenda de shows, o preconceito que é ainda é grande com bandas que contenham em sua formação mulheres ou compostas por apenas mulheres, os homens e mulheres em questão de musicalidade não devem nada, mas uma pena que ainda existe esse tipo de preconceito.

Agora fica a pergunta para vocês: Quando o preconceito irá acabar ?


Segue um link de vídeo da música Celebrate Eternity ao vivo no evento Rock e Pense do dia 23/06/2012

http://www.youtube.com/watch?v=QsAGA7lbcYQ&feature=plcp

Gods Of Metal: Contem um pouco da história da Mortarium? Qual é a formação atual?

Julie Sousa: Bom, primeiramente gostaria de agradecer imensamente o convite para a essa entrevista. É um imenso prazer estarmos no Gods of Metal.

A Mortarium surgiu em 2008 quando eu(Julie Sousa), a Tainá e as outras duas meninas que não estão mais conosco nos juntamos e decidimos fazer um som que não ouvíamos mais nos shows do Rio. Tudo aconteceu de modo bem natural, e até despretensiosamente. Nós percebemos que havia uma certa carência na cena de bandas voltadas ao Doom Metal no Rio de Janeiro, e de um modo geral, as bandas de Doom Metal andavam meio ofuscadas na cena, suprimidas por outros estilos que tem maior repercussão. Eu particularmente curto várias outras vertentes do Heavy Metal, mas minha predileção é o Doom, Doom/Death Metal. Por isso nos juntamos e decidimos montar uma banda que pudesse propor este estilo que além de ser o que gostamos de ouvir, é o que curtimos tocar.

A formação atual da banda é

Vivi Alves - Baixo e vocal

Tainá Domingues - Guitarra e vocal gutural

Julie Sousa - Bateria


GOM: A banda se intitula em algum gênero musical ?

Doom Metal, porém alguns rotulam Doom/Death Metal.


GOM: Como surgiu a ideia de montar uma banda com apenas mulheres?

Julie Sousa: A Mortarium inicialmente não tinha a intenção de ser uma all-female band. Na verdade, cogitamos por várias vezes a possibilidade de colocarmos um guitarrista, e em outros momentos pensamos em chamar um tecladista e tal. A questão é que entre os nossos amigos, quase ninguém apreciava este estilo de som, nem davam muito crédito a nós em relação à banda (risos). Éramos apenas nós mesmas e as pouquíssimas pessoas que nos davam força.

Com o passar do tempo, vimos que a “coisa toda” funcionava melhor entre a gente mesmo, as meninas, por termos o pensamento bem parecido sobre a nossa identidade musical, objetivos e metas. Além disso, não é muito comum bandas femininas de Doom Metal, o que é uma pena.


GOM: O preconceito com bandas formadas por mulheres ou que contenham alguma mulher na banda ainda é muito grande em nosso país, tem como mudar isso ou pelo menos diminuir? Sofreram preconceito?

Julie Sousa: O preconceito contra a mulher existe sim, é histórico. No meio Metal não é muito diferente. Ter uma banda feminina é uma superação dupla: Superarmos a expectativa de muitos, que torcem contra inclusive, e mostrar que independente de gênero e sexo, Música é feita para todos, e por isso deve ser feita por todos e todas. Acredito que mudaremos isso ao tomarmos consciência e buscarmos uma mudança de posicionamento. Não digo que homens e mulheres são exatamente iguais em tudo, mas o ideal é que nossas diferenças físicas não sejam sinônimo de inferioridade. Hoje e já desde algum tempo sabemos da existência de grandes bandas, que fazem um excelente trabalho e que têm mulheres em sua formação, ou são formadas apenas por mulheres. Em se tratando de competência, não há a menor diferença.


GOM: Qual a temática da banda?

Julie Sousa: Falamos de sentimentos. Nos libertamos na nossa música. Expusemos nossa visão de mundo, nossos pontos de vista em relação à fugacidade de vida, nosso entendimento do além-vida. Acreditamos que somos seres eternos, e que as decepções e aflições da vida são de fato inerentes à Humanidade. Em suma, falamos sobre a trivialidade de SER humano.


GOM: Como anda a agenda de shows para os próximos meses?

Julie Sousa: Felizmente neste ano de 2012 estamos em atividade constante, com vários shows marcados e participações em festivais como o Roque Pense, onde tocamos ao lado da Ricto, Scatha e d’As Radioativas, e o Eclipse Doom Festival, o maior festival de Doom Metal do país. Estamos ainda com outras datas marcadas aqui no Rio (04/08), em São Gonçalo (28/07), Goiânia (13/10), São José dos Campos (26/11) e Hortolândia (04/10), e outras por fechar.


GOM: Há cerca de um mês estava navegando procurando bandas ou coletâneas novas, e vi que a Mortarium está participando da Doomed Serenades, conte como receberam o convite.

Julie Sousa: A Mortarium faz parte da União Doom Metal Brasil, um grupo composto por bandas, produtores, jornalistas, editores, etc, um grupo de profissionais e amantes do estilo que se uniram para fortalecer a cena Doom Metal brasileira. Desde o início, em janeiro deste ano, o grupo tinha metas muito bem delineadas como a organização de eventos de Doom Metal em diversos pontos do país e a interação entre os doomsters brasileiros. Um dos resultados do trabalho coletivo da União foi o lançamento neste mês a Doomed Serenades, a primeira coletânea com bandas de Doom Metal brasileiras.

Para a Mortarium é, além de uma honra, um imenso prazer fazer parte deste grupo e estar ao lado de bandas como HellLight, Apocalyptichaos, Mythological Cold Towers, entre outros grandes nomes do Doom Metal nacional.


GOM: Nesse ano ou no próximo pretendem lançar um CD?

Julie Sousa: Este ano decidimos lançar e comercializar o single “The Awakening of the spirit”, que inclusive estará na Doomed Serenades e como faixa bônus, a “Celebrate Eternity”. A recepção foi excelente, além de qualquer expectativa!

A intenção é lançarmos nossa primeira demo ainda em 2012 com 5 faixas, sendo 4 inéditas. Estamos nos empenhando para isso.


GOM: Para os interessados em escutar o som de vocês quais são os contatos?

Julie Sousa: Nós estamos no Myspace, Reverbnation e Youtube. Lá os amigos podem conferir as duas faixas que compõem o single que lançamos este ano. Temos também a nossa página no facebook e twitter

www.facebook.com/mortarium
https://twitter.com/#!/mortarium
www.myspace.com/mortarium
www.youtube.com/mortariumdoommetal
www.reverbnation.com/mortariumdoommetal

GOM: Obrigado pelo tempo cedido para a entrevista, e quero desejar toda a sorte do mundo para vocês. Deixo o espaço para comentarem o que quiserem.

Julie Sousa: Nós é que agradecemos imensamente este espaço! Muito obrigada pela oportunidade que nos deu de mostrar um pouco mais sobre o trabalho da Mortarium. Vida longa ao GOM!
Queria agradecer a todos que vêm nos acompanhando desde 2010, de coração mesmo. Temos muito caminho a trilhar ainda, estamos cientes disso, mas sabemos que esse caminho será bem menos enfadonho, já que temos amigos incríveis e que apesar de alguns torcerem contra, a amizade e a verdade prevalece no final. Não citarei nomes para não ser injusta com ninguém, mas vocês sabem que estamos juntos e que amamos vocês! Muito obrigada mesmo!

Querido Gui, mais uma vez, muito obrigada pelo espaço e pela entrevista.

Stay Doomed, friends!

Juliane Sousa

Drums Mortarium