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terça-feira, 14 de agosto de 2012

Entrevista com HellLight


Conversei essa semana com o Fábio(vocalista e guitarrista) da banda de Doom Metal, HellLight, me contou sobre a carreira nesses 16 anos de formação de banda, a importância de um evento voltado para o Doom Metal e muito mais, confiram abaixo. Seguem dois links para os que ainda conhecem a banda irem lá conhecer. Não deixem que o preconceito tome conta da sua cabeça, a banda realmente merece muita atenção. LUTEM PELO UNDERGROUND

www.helllight-doom.com
www.myspace.com/helllight

Gods of Metal: Conte-nos um pouco sobre a história de surgimento da banda, assim como a sua trajetória ao longo dos anos. Qual é formação original?

Fábio: A banda teve o início das atividades em 1996, quando eu estava na faculdade e tocava numa banda cover de Black Sabbath...

Eu sempre tive vontade de compor e ter minhas próprias músicas, até que naquele momento eu encontrei as pessoas certas,...que tinham gostos musicais parecidos com o meu. E foi assim que tudo começou.

A formação original é a que está no nosso primeiro álbum “in memory of the old spirits” que contava comigo nos vocais e guitarras, o Luís Comitre no Baixo, o Rafael Sade nos teclados e o Robson Silva na Bateria...Essa formação mudou algumas vezes até encontrarmos o time que está atualmente, que na minha opinião é a melhor formação que já tivemos.

GOM: Quando começar com a banda no ano de 1996, vocês já tinha a ideia de montar o Helllight no estilo Doom Metal ou veio com o tempo essa influência?

Fábio: A realidade é que eu nunca tive um “estilo” definido dentro das minhas idéias..eu somente estava com vontade de tocar um tipo de música que eu queria ouvir, mas nenhuma outra banda fazia esse tipo de som...e acredito que até hoje, não há muitas bandas que se pareçam com o HellLight.

A verdade é que tudo acabou coincidindo em ser Doom Metal, mas eu só fiz o que eu estava muito afim de ouvir...música pesada, melancólica e com muita melodia.

GOM: Qual é a temática da banda abortada nas letras, assim como, na música?

Fábio: A temática abordada pelo HellLight sempre foi a religiosidade pagã, ou a forma de compreender as passagens da vida e da morte do ponto de vista não -Cristão.. o que pra nós é um tema muito pertinente, pois todos nós na banda somos pagãos, levamos isso a sério, fazemos questão de explicar nossos pontos de vista e o que acreditamos.. Isso tudo está impresso na arte gráfica, nas letras e sonoridades do HellLight.

GOM: Quais são as influências da banda, tanto dentro da música como fora?

Fábio: Temos muitas influências na música e fora dela...na música, posso citar algumas bandas que foram muito importantes na formação sonora do HellLight, como Black Sabbath, Danzig, Bathory, Candlemass, música clássica, trilhas sonoras de cinema..entre outros.. e fora da música eu acredito que a nossa maior influência é mesmo a espiritualidade das religiões pagãs..isso é um material incrivelmente rico pra tudo que fazemos.

GOM: Manter uma formação muitas vezes não é algo muito fácil certo? Qual a maior dificuldade em encontrar pessoas para levar a sério?

Fábio: Você tem toda a razão..a nossa formação já mudou muitas vezes, é muito difícil mantê-la ..finalmente nós conseguimos a nossa formação que eu acredito ser definitiva...demorou 16 anos, mas conseguimos. Mas é realmente muito difícil...as pessoas, muitas vezes, não tem o que é preciso pra ser músico numa banda séria..é preciso muita dedicação, muita responsabilidade e muito foco no que se faz, caso contrário, é melhor que a pessoa não faça parte de nenhuma banda, pois estará atrapalhando o grupo como um todo.

Hoje, nós temos a sorte de contar com pessoas que assim como eu, dedicam a sua vida á música...e isso é, definitivamente, indispensável nesse ramo. Se você quer ter uma banda que “aconteça’” é necessário muita dedicação, muito suor, muito investimento e muito tempo.

GOM: Ao longo de 16 anos de existência a banda abriu para várias bandas importantes tanto nacionais como as internacionais, qual foi a melhor sensação passada em shows?

Fábio: É sempre muito interessante fazer aberturas pra bandas internacionais, nós sempre aprendemos muito com essas experiências. É muito gratificante ser reconhecido como uma banda e não como fãs das bandas internacionais..nós sempre lidamos bem com isso, fizemos ótimas amizades com todos os músicos da bandas com que tocamos.

Infelizmente, muitas vezes nós temos que passar por situações difíceis, porém por conta dos organizadores... a organização dos shows no Brasil é muito ruim e precária...isso é uma unanimidade entre as bandas gringas...todos eles reclamam dos organizadores.

Mas, apesar de tudo isso, nós sempre tivemos as aberturas como experiências positivas, o público sempre nos recebeu muito bem, mesmo quando a banda principal não tem um estilo muito parecido com o nosso..o que é muito gratificante.

GOM: Em 2011 a banda lançou o terceiro álbum, “... And Then, The Light Of Consciounes Became Hell’, Solitude Productions (Rússia), conte-nos como foi a concepção desse álbum?

Fábio: Esse álbum marca uma fase interessante, pois naquela época, nós estávamos somente como uma dupla, sendo eu e o Alexandre (baixo) ....o que me obrigou a compor todas as partes de guitarra, vocal, teclado e também a bateria, quem executou as baterias foi um amigo nosso Phil Motta, que já fez muitos shows conosco, até a entrada do Evandro Camellini.

Foi muito interessante ter que compor teclados e bateria, que não são meus instrumentos principais...porém eu acredito que o resultado foi muito bom...o Álbum foi incrivelmente bem em todas as resenhas, no Brasil e no Mundo.

Tudo isso me teve uma importância grande na banda, pois fez com que atualmente nós fiquemos somente como um trio, onde eu cuido das guitarras, vocais e teclados. E provavelmente, é assim que ficaremos, pois funcionou muito bem na gravação daquele álbum.

GOM: Qual foi motivo de procurarem por um selo europeu, mais especificamente russo para o lançamento do álbum “ ... And Then, The Light Of Consciousness Became Hell’?

Fábio: Na realidade, nós já vínhamos de um selo europeu, anteriormente ao Solitude Prod. Nós éramos de um selo alemão menor, se chamava Ancient Dreams, que foi o selo que originalmente lançou o Álbum Funeral Doom... passamos a trabalhar com o Solitude Prod. Da Rússia por ser um selo maior e de mais visibilidade...

Porém, o que nos levou originalmente a procurar selos lá fora foi a falta de interesse dos selos nacionais no Doom Metal.. Os selos internacionais não foram a nossa primeira opção, mas foi os que nos aceitou melhor, e a partir daí, foi só crescimento. Deu muito certo essa idéia.

Infelizmente, não tivemos oportunidade com os selos nacionais, mas por outro lado, foi a melhor coisa que nos aconteceu, pois nos obrigou a ir pra fora...que obtivermos resultados muito melhores.

GOM: Como que está sendo a aceitação do ‘... And The, The Light Of Consciounes Became Hell’ tanto no cenário nacional como no internacional? Essa aceitação superou as expectativas de vocês?

Fábio: Com certeza superou...nós não esperávamos que fosse ter uma aceitação tão grande..foi incrível. Tivemos mais de 200 resenhas no mundo todo, incluindo o Brasil, e não tivemos nenhuma resenha negativa sequer...foram todas excelentes... É muito bacana ver o nosso trabalho tendo uma repercussão tão positiva...espero que se repita com o nosso próximo álbum, que deverá estar pronto ainda esse ano, pois já estamos em processo de gravação.

GOM: No dia 15 de julho de 2012 a banda participou do Eclipse Doom Festival na sua edição V evento que contou com apenas bandas de Doom Metal com a participação das bandas O Mito da Caverna, Mortarium, conte como foi o convite de tocar no evento? E qual é importância de um evento focado em apenas em um estilo, que no caso foi o Doom Metal?

Fábio: O convite veio diretamente do organizador Daiton Ankh, que tenho que dizer, fez um ótimo trabalho. Foi muito bacana tocar nesse evento. Tudo rolou muito bem, o público estava empolgadíssimo, foi muito bom...As outras bandas tocaram muito bem. É muito importante que pessoas tenham essa iniciativa, pois é muito raro o Doom Metal ter algum espaço dentro dos festivais...dessa vez, foi a nossa vez, e foi um exemplo de como um festival deve rolar...organização, público, casa, som ...tudo excelente.

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