Essa entrevista para mim é muito especial, não digo isso pelo nome que o Krisiun tem, mas sim pela batalha deles no dia a dia e por me influenciar a escutar e descobrir o Death Metal. Conversei com o Alex Camargo, baixista e vocalista, ele contou ao blog sobre o surgimento da banda, cena nacional, do CD "The Great Execution" e muito mais. Confiram com exclusividade:
Gods Of Metal: Contém como foi a história de surgimento da banda. E o que motivou a começarem a tocar?
Alex: Bom, acredito que tudo começou na escola, por influência de colegas mais velhos que já curtiam metal, e de um deles que tinha uma guitarra. A interação com a musica pesada foi imediata, para os três. Começamos a tocar com instrumentos muito precários na época, mas a vontade de tocar sempre foi maior que qualquer problema.
A motivação principal acredito que tenham sido as bandas nacionais da época da nossa região, como Astaroth e Leviathan e posteriormente o Sepultura.
GOM: O que mudou da época que o Krisiun começou por volta do ano de 1990 para os dias atuais?
Alex: Acredito que o sentimento daqueles que realmente apreciam a musica pesada seja o mesmo. Mas na época as pessoas interagiam mais de uma forma mais consistente e real, as pessoas trocavam material pelo correio e tudo era mais espontâneo.
Hoje em dia tudo esta mais fácil e acessível por causa da internet, ao mesmo tempo em que isso pode ser usado positivamente como divulgações de materiais sérios e de conteúdo qualificado, tem o lado negativo das publicações vazias ,de intriga sem conteúdo nenhum, mas ainda assim acho que o metal brasileiro vive um bom momento, estamos aqui pra fazer as coisas acontecerem ao invés de ficar de conversa fiada.
GOM: O Krisiun é uma das minhas maiores influências e de uma maioria de toca ou canta Death Metal, agora quais são as influências da banda?
Alex: Obrigado, as influencias são praticamente as mesmas do começo, você acaba se influenciando por alguma coisa mais nova, mas nada é tão marcante como as bandas que nos influenciaram no começo. A musica é uma arte universal, existem coisas maravilhosas musicalmente falado que não são necessariamente metal, tentamos traduzir isso e assim colocar na nossa musica. O Brasil tem um universo de grandes músicos que nem sempre são valorizados aqui dentro do nosso país.
GOM: Sobre o que falam nas letras?
Alex: As letras abordam temas variados que podem ir de um lado mais pessoal ,da nossa luta para se manter no frontline, de guerras e conflitos ,civilizações antigas, ocultismo e até mesmo mitologia, não nos prendemos a um determinado assunto, a influencia pode vir de qualquer meio, de um documentário, de uma boa leitura.
GOM: Como a banda vê a cena nacional seja ela underground ou não? O que pode ser alterado para ter crescimento maior que o normal?
Alex: Eu acredito que apesar de tudo a cena está crescendo, com mais festivais do estilo e uma melhor infraestrutura, se comparado a anos atrás, ainda assim o apoio cultural é praticamente zero aos shows de metal, a grande maioria dos artistas e bandas pop lixo vivem de mamar na teta do governo, porque só fazem shows bancados por prefeituras, em rodeios e festivais , festinhas .Enquanto os produtores independentes tem que se desdobrar para realizar um evento de qualidade, do estilo.
Eu também acho que as pessoas deveriam se divertir mais e se preocupar menos com que lhe possa parecer certo ou errado, quem realmente apoia as bandas não fica de conversa fiada e romantismo, quem apoia as bandas vai aos shows e pronto.
GOM: No começo de 2012 o Max Kolesne, baterista, comentou que o Edu Falaschi não viveu o underground, pois o mesmo veio criticar o povo brasileiro por não dar muito apoio para a cena nacional. Qual é opinião de vocês sobre as declarações dele e essa toda polêmica envolvendo nossas bandas e públicos?
Alex: Na verdade eu nem dei muita atenção, pra mim não mudou nada as declarações desse cidadão...Acho que foi dado ‘’muito pano pra manga’’ porque o pessoal gosta de polemizar.
Eu achei engraçado porque ele expressou sua frustração pessoal e falou um monte de abobrinha. Estamos aqui para superar as dificuldades e fazer disso uma realidade.
Não é fácil pra ninguém. Temos grandes amigos de norte a sul do país, estamos sempre interagindo com as pessoas que consideramos, acho que isso sim é importante.
GOM: Em Outubro de 2011, dia 11, a banda lança seu oitavo CD “The Great Execution”, que contou com a participação do João Gordo (Ratos do Porão) e do guitarrista Marcello Caminha, contem sobre o processo de gravação? E qual foi a expectativa do CD para a banda?
Alex: O álbum foi gravado no Stage One studios na Alemanha com a produção de Andy Classen,o processo foi tranquilo e divertido, tivemos uma tour que ocorreu no meio das gravações, o que com certeza contribuiu com uma vibe mais ‘’ao vivo’’ e agressiva para o álbum ,as participações ficaram muito boas ,gostamos muito, tanto a do João como a do Marcello.
Os resultados superaram as expectativas, mais um grande passo na nossa carreira.
GOM: Como está acontecendo a divulgação do “The Great Execution?
Alex: Está indo bem, estamos com a agenda cheia desde de o lançamento do mesmo.
Fizemos 2 tours na Europa esse ano, incluindo alguns festivais de verão , uma nos EUA com o Sepultura, e agora temos uma nos EUA, Canada com o Sceptic Flesh e Ex Deo ,temos tocado de norte a sul do Brasil com um saldo muito positivo .Não temos do que reclamar ,do contrário, somente a gradecer ao publico que tem comparecido aos shows.
GOM: Quais são os próximos shows do Krisiun?
Alex: Fizemos 3 shows maravilhosos no nordeste esse fim de semana passado,2 no Piaui, Parnaíba e Teresina e um em Fortaleza. Agora temos shows em Cascavel, Presidente Prudente, Campo Grande, Santo Andre entre outros ...Quem quiser dar uma conferida por favor acesse o nosso site www.krisiun.com.br ai na sequencia partimos para essa tour nos EUA e Canada,e no final do ano vamos participar do cruzeiro Barge to Hell ao lado de grandes nomes como Machine Head, Behemoth, Nile entre outros
GOM: Está existindo uma falta de respeito e profissionalismo enorme da parte de alguns organizadores de eventos/shows, não generalizando, em que eles marcam um evento algumas bandas nacionais, mas de última hora cancelam o evento sem dar nenhuma explicação concreta sobre o seu cancelamento. O que pensam em relação à essas pessoas? Já passaram alguma vez por este acontecimento?
Alex: Verdade ,uma pena...já passamos muito por isso, infelizmente isso é uma realidade, o importante é não repetir o erro, com o tempo todos mostram ao que vieram, maus produtores devem ser ignorados e denunciados, e na medida do possível serem processados por quem for lesado.
GOM: Muito obrigado pela entrevista, queria elogiar a banda em relação à tudo da carreira de 21 anos, sobre o CD novo “The Great Execution”, que não tenho o que falar além de extremo e muito técnico. Deixo o espaço livre para comentarem sobre qualquer assunto. Valeu Brothers do Metal.
Alex: Obrigado a você Guilherme pelo espaço e oportunidade de divulgar nosso trabalho. Abraço
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